Comecemos com algo bem simples. Conheceremos a cidadela de Qaitbay, um grande complexo defensivo construído no século XV segundo ordem do sultão Al-Ashraf Sayf AL-Din Qa’it Bay. Localizada na antiga ilha de Faros, na entrada do porto de Alexandria, a cidadela foi construída onde antes se encontrava o famoso Farol de Alexandria, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, destruído há centenas de anos. Hoje uma das principais atrações de Alexandria, Qaitbay passou a ser controlada pelas tropas navais egípcias logo após o fim da revolução de 1952, sendo convertida em museu.
Aproveitaremos a saída de Qaitbay e pegaremos a Corniche, uma estrada que percorre toda a baía alexandrina. Ela começa em Qaitbay e termina no Palácio Montazah. No percurso, é claro, nos divertiremos em alguns dos muitos cafés, lojas e restaurantes, como por exemplo, o café Al Togariya, um dos pontos de encontro para os escritores que atualmente, com seus cadernos e caneta, saboreiam chá preto e escrevem ao ritmo do repicar das peças de dominó das mesas próximas. As cadeiras alinhadas na calçada, as grandes cristaleiras e o estilo 'art decó' do local lembram os cafés parisienses, porém, com as paredes amareladas. É um aroma especial, um toque do Mediterrâneo e uma profundidade histórica e cultural que só se encontram por lá.
Não pode faltar uma visita à Biblioteca de Alexandria que foi reinaugurada em 2002, e integra, para além da principal, quatro bibliotecas especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de caligrafia e uma sala de congresso e de exposições. A instituição pretende ser um dos centros de conhecimento mais importantes do mundo assim como sua antecessora.
Entre as ruínas e os hotéis mais cosmopolitas, Alexandria ainda atrai turistas e escritores - como por exemplo, o poeta Constantinos Cavafis (1863-1933), o representante mais célebre da comunidade grega em Alexandria, o britânico Lawrence Durrell (1912-1990), Agatha Christie, entre muitos outros. E o que não falta em na cidade são coisas para se conhecer. Há o Museu Nacional de Alexandria, o Museu de Belas Artes, o Teatro Romano e o Palácio Montazah - onde termina a Corniche; um dos edifícios do palácio, o Haramlek, possui um casino no primeiro andar e um museu de relíquias reais nos andares superiores, enquanto que o Salamlek foi convertido num hotel, e partes dos grandes jardins estão abertas ao público.
Escolha a época do ano que mais te agrada, caro viajante. De março a junho é primavera e de setembro a novembro é outono. Durante o verão (julho a setembro) Alexandria está lotada de turistas. Se quiser aproveitar o outono por lá, em setembro acontece o Festival Anual de Filmes de Alexandria, provavelmente o festival mais famoso da cidade, organizado pela Associação Egípcia de Escritores de Filmes e Críticos de Filmes, e apresenta filmes internacionais, na Biblioteca de Alexandria, com foco especial nos filmes da área do Mediterrâneo.
Artistas de todas as nacionalidades chegam a Alexandria nos dias de hoje para respirar seu ambiente, que Cavafis retratou em alguns de seus versos: 'Viajante, se for alexandrino, não há como criticar. Você conhece o ímpeto da nossa vida: que ardência, que voluptuosidade sobrenatural', escreveu o poeta.
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1 comentários:
Belo roteiro, meu rapaz. Aprendeu com a melhor? kkk'
Ti amo. ~Ç
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